Nesta semana estreou o filme Coco Chanel e Igor Stravinsky. O longa francês, dirigido por Jan Kounen e baseado no romance de 2002, escrito por Chris Greenhalgh, foi lançado ano passado no Festival de Cannes e apenas agora entra em cartaz por aqui e em circuito bem reduzido.
Para os fãs de Mademoiselle Chanel, vale assistir. Focado em seu relacionamento com o compositor russo Igor Stravinsky (outro artista visionário e muito à frente de seu tempo, como a própria Chanel) é daqueles típicos filmes europeus, com ritmo arrastado, mas a escolha do elenco principal compensa: Anna Mouglalis e Mads Mikkelsen, com destaque para Anna que interpretou uma Coco Chanel mais próxima da realidade, voz e trejeitos como os que costumamos ver em biografias e fotografias da estilista.
Falado em russo, francês e inglês, é possível também conhecer alguns detalhes do desenvolvimento do famoso perfume Chanel N. 5 e dos métodos de trabalho e gostos pessoais de Coco, em um cenário belíssimo, pois o filme se passa, quase em sua maior parte, na casa de campo que acolheu o compositor e sua família.
Algumas cenas retratam bem a época – anos 20 – pois contextualizam exatamente a moda e os hábitos de então, como em uma conversa entre o casal, em que Igor deixa claro a Chanel que não a tinha como uma artista, mas somente uma vendedora de tecidos.
O figurino, é claro, é uma das maiores atrações do filme e teve o aval de Karl Lagerfeld. Para os amantes de moda é obrigatório! Para os amantes da música vanguardista de Stravinsky, ótima oportunidade de ver o gênio em ação, sem contar a trilha sonora, toda composta por versões da famosa A Sagração da Primavera. Vale lembrar que o tal romance entre os dois artistas não é 100% comprovado e que tudo que se vê na tela é dramatização do suposto caso.