O Que Nós Achamos da Topshop e da Topman

Era óbvio que um dos motivos pelos quais a maioria das pessoas estavam ansiosas pela abertura do Shopping JK Iguatemi era a entrada da rede de fast fashion inglesa Topshop no Brasil. É comum ver fotos de jovens ingleses com looks compostos por algumas peças da marca, o que nos dá a ilusão que a loja é um verdadeiro paraíso fashion, pois, além de tudo, ouvimos comentários sobre os preços extremamente acessíveis da marca.

Dia 25 de junho, dois dias após a inauguração da loja, voltamos ao JK Iguatemi para conhecer de perto a promessa de uma nova opção de fast fashion barato e bacana, mas, infelizmente, a promessa não se cumpriu. O que encontramos tanto na Topshop, quanto na Topman foram peças de baixa qualidade, gosto duvidoso e preços relativamente altos. Mas vamos por partes…

Essa blusa vale 116 reais?

Topman
Tirando o casaco com 67% lã por R$399,00, que não é barato, mas é pagável por ser um modelo bacana, com uma certa qualidade, a maioria das peças custa o preço de qualquer grife como Siberian, Ellus ou Forum. Quer um exemplo? Te dou dois: uma camiseta de algodão por R$102,00 ou uma camisa xadrez por R$150,00. Nos calçados temos uma bota masculina, estilo coturno, por R$350,00 que pode ser achada em qualquer canto, até melhor e mais barata! Os tênis, cópias de Converse e Vans, tem preços similares, então por que não comprar os originais?

Bota masculina por 350 reais. Dá para pagar menos

TopShop
Em termos de estilo e qualidade não veio concorrer com a TRF (Zara), como eu imaginava, veio, sim, bater de frente com o Bom Retiro e, neste caso, estou falando das lojas ruins, já que tem muita coisa de boa qualidade na Rua José Paulino e adjacências e bem mais baratas também. A camiseta de R$102,00 se repete aqui, as blusas podem custar R$110,00 e fazer você parecer que saiu de uma liquidação nas lojas TorraTorra. Salvaram-se o casaco de couro (de verdade), mas que custava R$800,00 e os casacos em lã na faixa de R$300,00. Botas e sapatos fechados saem por R$400,00 valor que incentiva um passeio pelo shopping a procura de algo mais barato ou de melhor qualidade.

T-shirt feminina por 102 reais: preço de Calvin Klein!

Considerações finais
Venderá bem para quem frequenta o Shopping JK Iguatemi e não está a par dos preços do mundo real para produtos desta categoria, também fará a festa de quem adora um hype e dizer que comprou grife européia. Quem sabe, quando entrar em liquidação, os valores finalmente cheguem a um custo benefício decente, apesar de que pouquíssimas peças me agradaram e não tenho motivos para voltar a Topman, mas gostaria de visitar uma loja na Inglaterra para fazer o tira-teima.

Onde comprar:

Shopping JK Iguatemi

21 Comments

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  1. 1
    Maria

    Ricardo, estive na loja de NY e gostei bastante do que vi. Os preços estavam acima dos da Zara, mas havia peças com bom custo-benefício considerando a qualidade, principalmente acessórios e roupas de frio, e muitas coisas interessantes a nível de design. Infelizmente, pelo que vi da loja brasileira, parece que estamos recebendo as sobras da ponta de estoque….

  2. 3
    Felipe

    Estive na Topman hoje e gostei bastante. Não posso falar da Topshop porque nunca frequentei, mas com relação a loja masculina ela segue o mesmo nível das lojas do exterior. Faz dois meses que eu frequentei algumas lojas em Dublin e a diversidade de peças era parecida. A loja de lá era um pouco maior e por isso tinha mais coisas, principalmente em alfaiataria, mas fiquei satisfeito com o que vi hoje.

    Mesmo com relação aos preços eu achei interessante. Uma polo que lá eu paguei quase 30 euros, aqui estava sendo vendida por 90/100 reais. Se fizer a conversão e colocar os impostos em cima, vai ver que está mais do que justo.

    Se for comparar com a Zara daqui os preços são parecidos ou menores em alguns casos. Isso da Topman, Topshop eu não conheço e não posso falar.

    Abraços

  3. 5
    Rodrigo Augusto

    Ricardo, já tive a oportunidade de visitar três lojas da Topman: no Soho em NY; no Piccadilly Circus, em Londres; e no Centro de Estocolmo. Das três, a com maior variedade era a de Londres, enorme e com muitas opções; a de NY, menor e sem muita variedade, com muitas coisas repetidas nas araras; a de Estocolmo pequena, parecida com a do JK e com muitas peças mais “fashion”.

    Nas três os preços eram bem mais altos do que os da H&M e também mais caros do que os da Zara. Também o perfil das pessoas comprando era diferente, pessoaa mais jovens e moderninhas, em geral um público bem menos variado e diversificado do que nas outras redes de fast fashion, parecia ser mais segmentado.

    Agora, se você converter os preços, mesmo com câmbios de anos atrás, verá que a loja do Brasil está praticando os mesmos preços; se você entrar no site e ver os preços do eshop também vai constatar isso. Eu fiquei muito satisfeito com os preços aqui; as pessoas têm que ter em mente que Topshop/Topman, fora daqui, não é uma rede baratinha que compete diretamente com a Zara e com a H&M.

    • 6
      Ricardo Terrazo Jr.

      Rodrigo,
      repito a pergunta que fiz para o Felipe: a qualidade das peças é essa mesmo?

      Acabei de ver uma bota na CNS, linda, super bem feita, ótimo acabamento, por R$298,00, a da Topman é bem tosca e custa R$5
      350,00, não tem cabimento.

      []s

      • 7
        Rodrigo Augusto

        Ricardo,

        Sim, a qualidade é exatamente a mesma, as peças são exatamente as mesmas. Concordo plenamente com você ao achar os produtos caros pela qualidade, uma vez não se tratar de um acabamento primoroso; porém, não vejo tantas diferenças para com o acabamento da Zara, que não é muito melhor, nem com o da H&M, que é bem ruinzinho.

        A Topman, assim como a Topshop, seguem à risca a proposta de uma rede de fast fashion, trazendo para as araras versões mais baratas das maiores tendências de passarela; só que, diferentemente da Zara, elas são bem mais “cool” e “fashion”, já que não adaptam muito as peças para algo usável pelo consumidor mais tradicional, são mais fieis às matrizes de passarela, tanto que se você compará-la hoje com a coleção da Zara, por exemplo, vai ver que a Topman é bem mais alternativa, com terno verde-água, sem roupas mais sóbrias e seguindo bem tendências (como as padronagens dos índios Navarro, está até aí uma foto de uma das peças, algo que começou forte há cerca de um ano com a grife de NY Proeza Schouler).

        Mas concordo absolutamente quando você fala em botas. Sempre achei temerário comprar calçados em redes de fast fashion, ainda mais em se tratando de couro, que é um artigo bem bem caro na Europa; tudo em couro é mais caro e, quando importado, fica mais caro ainda. Nesse sentido concordo com você que vale muito mais a pena comprar uma bota na CNS ou outra do gênero.

        Por fim, ainda quanto à qualidade, acho que muitas marcas brasileiras não têm qualidade muito superior, não, em que pesem custarem nada barato. As coisas ditas “de luxo” no Brasil são caras, bonitas mas não tem a mesma qualidade dos equivalentes europeus, isso é patente; se você for ao exterior, especialmente em época de descontos, vai ver que marcas como Diesel, Acne e Marc by Marc Jacobs acabam custando até mais barato que muitas brasileiras e a qualidade do acabamento é muito superior…

        Abraço!

        • 8
          Ricardo Terrazo Jr.

          Rodrigo,
          você falou uma coisa bacana, que eu acabei não citado no texto, que é essa estratégia de vender produtos com referências de tendências de grandes grifes européias e é aí que está o grande ponto fraco da Topshop/Topman. Citando o exemplo do terno verde água: quantos jovens tem um número suficiente de ternos para se dar ao luxo de comprar um verde água? Se você tem um ou dois ternos, não vai comprar um desta cor logo de cara, vai investir em algo que possa usar no dia a dia. O brasileiro não tem peças no guarda roupa suficientes para queimar 500 reais em um traje que vai usar pouquíssimas vezes, afinal, ninguém vai vestir um terno desses 3 vezes por semana, como é o caso de um costume cinza escuro ou marinho, ou seja, é um mau investimento.

          Já as peças com padronagens indígenas, achei completamente inadequadas, e, de novo, peças caras para serem usadas poucas vezes. Adeus custo/benefício.

          []s

          • 9
            Felipe Cepriano

            Ricardo, eu acho que você – como eu, simplesmente não é o público da Topman.
            Pra mim, um terno verde realmente não faz sentido, mas pra muita gente, sim.
            Embora eu não compraria, nem tudo é custo/benefício….

            Quanto aos preços, pelo que vi, são bem justos comparados com os da matriz e os produtos são os mesmos da coleção do exterior (o que é legal e estranho ao mesmo tempo, pela diferença de estações).
            Mas a qualidade não impressionou muito mesmo :/

  4. 10
    Cristiane

    Ótimo artigo, Ricardo, bastante sensato. Acho que já cansou bastante ver em blogs baba-ovos de grifes internacionais que tudo o que vem de fora é a 8ª maravilha, mesmo com os preços abusivos cobrados aqui.

    Penso que muito do que é vendido em loja fast fashion no exterior tem, além de uma qualidade superior, preços bastante aprazíveis porque o público é exigente, diferentemente do que acontece no Brasil. É triste pois parece que nos tornamos de fato um depósito de sobras e fonte fácil de lucros.

    • 11
      Ricardo Terrazo Jr.

      Pois é Cristiane,
      esse é o país que compra as sobras da Abercrombie que são mandadas para o Panamá por preços exorbitantes e acha que está abafando! Eu não implicaria tanto com o valor se não tivesse visto produtos com uma qualidade tão baixa. O pessoal malha a qualidade da Zara, mas perto da Topshop parece Burberry!
      Se é para a H&M vir para o Brasil com a mesma qualidade e os mesmos preços, que fique por lá.
      []s

  5. 12
    Alice

    Ricardo, gostei muito do seu artigo! Você foi muito honesto ao descrever a visita à loja e fico contente que você tenha ficado atento aos mínimos detalhes. Infelizmente, o consumidor brasileiro desconhece qualidade de tecidos, acabamento, modelagem, se importando apenas com a “marca”. Realmente, esses preços estão altos pelo o que eles estão oferecendo.

  6. 14
    Fernanda

    Concordo com suas observações.
    Estive na Topshop do Soho em NY em dezembro e estava realmente empolgada com a abertura da Topshop brasileira por ter gostado do que vi la.
    Mas foi pura decepção…. Nem tanto pelo preços, pois imaginei que seria nessa faixa mesmo, mas pela qualidade e estilo… Cheguei a terrivel conclusão de que os europeus acham que toda brasileira é periguete para usar o tipo de roupa que estão trazendo pra ca..

  7. 18
    Guilherme

    No dia da inauguração fiquei na porta esperando junto com umas 200 pessoas ou mais! Disseram que seria dado um cartão com desconto para os primeiros da fila, o que para mim não foi dado! Com um atraso de meia hora, a decepção foi total quando as portas se abriram ja pela vitrine, péssima! So se escutava pessoas reclamando dos preços altos e da pessima qualidade. Não vi ninguem da fila sair com nenhuma sacola!

  8. 19
    karla

    Ricardo , obrigada por sua sinceridade . Bem , não tenho tempo para bater perna no Bom Retiro e me chamou a atenção um pequeno detalhe no seu texto : vc ter comentado que lá há lojas boas . Eu não tinha essa referência do local , inclusive porque nunca fui lá . Será que um dia poderia fazer uma matéria sobre isso , ou pelo menos me mandar alguns nomes para eu ir direto nas lojas ??
    Obrigada e um beijo .

  9. 21
    alberto

    estive nas duas lojas Top do JK ontem e tive a mesma sensação. peças ruins e caras. talvez o inverno seja melhor. o verão destes magazines não está muito inspirador em canto nenhum. fui a NY mês passado e o verão de lojas com H&M e Zara também está com cara de ‘barato’. E barato, convenhamos, não são os preços das duas lojas Top abertas aqui em SP. Uma pena.

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